Num mundo onde 820 milhões de pessoas não têm o suficiente para comer, o Dia Mundial da Alimentação, que se assinala no próximo dia 16, serve para chamar a atenção para a importância de uma alimentação equilibrada e nutritiva. O apelo é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que chama também a atenção para o facto de dois milhões de pessoas em todo o mundo sofrerem da chamada ‘fome oculta’ ou microdeficiência de nutrientes, reforçando a necessidade de aumentar para o dobro a produção de carne até 2050 para ajudar a alimentar 10 mil milhões de pessoas. A APIFVET, Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica de Medicamentos Veterinários, associa-se a esta causa, reforçando a importância do controlo da saúde dos animais destinados a consumo.
É a FAO que garante que 149 milhões de crianças sofrem de problemas de crescimento devido à desnutrição. Um problema que pode ser minimizado com o consumo de carne, uma vez que os produtos pecuários fornecem micronutrientes essenciais, como vitamina B12, ferro e cálcio. “Investir em nutrição faz sentido economicamente, pois melhora a produtividade e o crescimento económico e promove a saúde da nação”, refere a organização.
Tendo em conta que um em cada cinco animais destinados a consumo morrem devido a doenças evitáveis, o que representa uma perda de 20% da produção, e tendo em conta também que cerca de 50% da população mais pobre do mundo depende da agricultura e pecuária não só para a alimentação, mas também para a sua sobrevivência financeira, proteger os animais contra doenças é uma das melhores formas de fazer esse investimento. É, afirma Jorge Moreira da Silva, Presidente da APIFVET, “garantia de qualidade e segurança alimentar”, sendo por isso essencial “esclarecer a população sobre a importância da vacinação e do tratamento de doenças e infeções nos animais para consumo”.
“Ao reduzir a incidência de doenças nos animais de produção para consumo, que é aliás uma das formas de sustento de muitas famílias nos chamados países subdesenvolvidos, estamos a contribuir para o combate à fome e, por isso, várias entidades mundiais têm aproveitado esta efeméride para alertar para esta realidade e desmistificar a ideia de que o uso de medicamentos veterinários em animais para consumo é prejudicial para a saúde humana”, acrescenta.
Jorge Moreira da Silva explica que, “por exemplo, em Portugal o uso de vacinas nos animais permitiu erradicar doenças como a raiva e a febre aftosa”. Já os suplementos alimentares em animais são também importantes, na medida em que, “tal como nós humanos, a sua correta utilização em animais é muitas vezes necessária para garantir a saúde”. Embora existam atualmente métodos eficazes de controlo no combate a doenças, a APIFVET alinha na mensagem destas entidades, que enaltece a importância de se “continuar a investir no desenvolvimento de novas vacinas, medicamentos, testes de diagnóstico e biocidas, para reduzir as perdas por várias doenças em animais de produção para consumo”.